sexta-feira, 29 de novembro de 2013

História da Civilização Viking



Os vikings são uma antiga civilização originária da região da Escandinávia, que hoje compreende o território de três países europeus: a Suécia, a Dinamarca e a Noruega. Eles habitaram a região por volta do ano 800 da nossa era até cerca de 1100.
A antiga palavra escandinava “vikings” significava pirata. Por isso, algumas pessoas pensam nos vikings apenas como invasores selvagens. Mas, na verdade, eles também eram notáveis exploradores, conquistadores, fazendeiros, comerciantes e artífices.
Conhecidos como nórdicos ou normandos, os vikings estabeleceram uma rica cultura que se desenvolveu graças à atividade agrícola, o artesanato e um notável comércio marítimo. Os vikings trouxeram desenvolvimento notável à Noruega. A agricultura, o comércio e a construção de barcos foram as atividades mais importantes.
Os vikings eram também experts na fabricação de objetos de uso diário, armas e joias. Grande parte da arte do tempo dos vikings foi gravada ou esculpida em madeiras, decoradas com complexos desenhos entrelaçados de animais.
Os vikings se tornaram famosos por serem guerreiros e aventureiros corajosos e ambiciosos. Até o final do século VIII, a Escandinávia era uma região praticamente ignorada pela Europa. De repente, em 780, os vikings se deslocaram da Noruega, Dinamarca e Suécia e começaram a saltear a Europa cristã, devastando cidades e campos.
Algumas fontes históricas afirmam que o exército viking era formado de guerreiros profissionais que eram treinados  treinavam para combates ferozes e estavam melhor equipados com espadas, escudos, machados e arcos. Além disso, eram excelentes navegadores e com seus barcos sólidos se aventuravam para o alto mar. Quando chegavam à terra, saqueavam imediatamente as aldeias para obter cavalos, gado e cereais.
Outras fontes dizem que os vikings não tinham um exército com formação profissional. Suas táticas eram rudimentares. Na batalha, os combatentes mais jovens formavam uma parede de escudos ao se alinharem e sobreporem seus escudos. Isso lhes proporcionava mais proteção. Os combatentes veteranos davam apoio na retaguarda.
A vida voltada para os mares também estabeleceu a pirataria como outra importante atividade econômica. Em várias invasões militares realizadas pela Europa Continental, os vikings saquearam e conquistaram terras, principalmente na região da Bretanha, que hoje abriga o Reino Unido. Cronologicamente, a civilização viking alcançou seu auge entre os séculos VIII e XI.
Idioma
Os vikings falavam nórdico antigo. Este idioma era falado da Groenlândia ao Báltico durante a Era Viking. Os Vikings usavam o alfabeto rúnico futhork. As letras eram formadas por linhas retas que facilitavam o entalhe em madeira, pedra ou osso. O nórdico antigo influenciou bastante o inglês antigo em virtude da interação entre os Vikings e o inglês. As palavras law (lei), ugly (feio), want (querer) e take (pegar) em inglês foram emprestadas do nórdico antigo.
As navegações
Os vikings eram navegadores famosos. Eles se baseavam nas estrelas e em bússolas para empreender grandes viagens. A bússola era usada para determinar a orientação. Era um disco de madeira redondo com um diâmetro de 70 mm. As sombras criadas pelo ponteiro no centro ajudavam os Vikings a determinar a direção do norte. Os pesquisadores acreditam que, durante os dias chuvosos e no crepúsculo, os Vikings usavam um cristal de calcita que reflete a luz do sol e pode ajudar a apontar a posição do astro.
Os vikings navegavam nos aperfeiçoados e belos drakkars, que eram  compridos barcos a vela e a remo esculpidos na madeira. Os vikings foram os  primeiros na Europa do Norte a construir barcos com velas, o que dava enorme vantagem sobre as embarcações de outras nações, movidas a remos.
Foi navegando cada vez mais distante que os vikings conquistaram grande parte da Suécia e da Escócia, a ilha de Man, as ilhas Hébridas, a Islândia, a Groenlândia e outros territórios russos, suecos e finlandeses e construíram um respeitável povoado na região do fiorde de Oslo.
O processo de invasão à Bretanha aconteceu nos fins do século VIII. No ano de 865, um poderoso exército de vikings dinamarqueses empreendeu uma guerra que resultou na conquista de grande parte das terras britânicas. Eles também unificaram a Noruega, reinando sobre ela durante anos.
Habitações
As habitações dos vikings eram simples, construídas a madeira, pedras e relva seca. A distribuição espacial das residências também era bem simples e muitas vezes os lares tinham apenas um cômodo. As casas das famílias mais numerosas tinham uma divisão mais complexa e contavam com  salas, cozinha e quartos.
Vestimentas
Os vikings usavam roupas que pudessem suportar as baixas temperaturas do norte europeu. Costumavam combinar peças de tecido com couro e peles grossas que pudessem manter o corpo aquecido. Mas toda a população gostava de utilizar acessórios em metal e pedra.
Estrutura familiar
Na organização familiar viking, o homem era o grande responsável pela defesa da família e pela realização das principais atividades econômicas. A mulher dedicava-se aos afazeres domésticos e ficava responsável pela preparação dos alimentos, além de ajudar em pequenas tarefas cotidianas. A educação das crianças era delegada aos pais, sendo eles que repassavam as tradições e ofícios vikings.
Estrutura social
O rei era a principal autoridade política dos vikings. Em seguida, os condes e chefes tribais também tinham grande prestígio e poder de mando entre a população. O poder de decisão entre os locais tinha certa presença entre os vikings. Reunidos ao ar livre, discutiam a elaboração de suas leis próprias e as punições a serem deferidas contra os criminosos.
Os vikings tinham e comercializavam escravos. Muitos dos escravos eram pessoas que eles capturavam durante os ataques. Um Viking livre também poderia se tornar escravo como punição por determinados crimes. Os Vikings comercalizavam seus escravos nos mercados europeus e norte-africanos.
Assim como em muitas sociedades medievais, os Vikings tinham casamentos arranjados. Com frequência, eles eram decididos no Thing, a assembleia dos Viking em que as pessoas se reuniam para punir crimes e resolver problemas. No entanto, em algumas sociedades Viking (em especial as sociedades antes da Era Cristã), a noiva Viking podia recusar um possível marido e o divórcio não era menosprezado se um casal estivesse infeliz no casamento. Nessas situações, as mulheres ainda podiam ficar com seus dotes e, em alguns casos, também podiam dividir a propriedade material.
Leis
Os vikings desenvolveram leis justas e um sistema de democracia. Os julgamentos eram realizados em dois tipos diferentes de tribunais. Um crime poderia ser julgado por um júri formado por doze homens livres e um juiz. O juiz decidia apenas casos complexos, como um confronto entre os comandantes.
A maioria dos crimes na sociedade viking era punida em forma de remuneração, mas os criminosos também poderiam ser condenados ao exílio ou morte.
Um assassinato cometido na presença de testemunhas era considerado homocídio. A sentença para esse crime era a remuneração para a família do falecido. Se o acusado se recusasse a pagar, ele seria exilado. Um assassinato sem testemunhas que não era informado com rapidez era considerado um crime muito grave, porque poderia acarretar um ciclo de assassinatos por vingança. Nesses casos, a punição poderia variar entre exílio, combate mortal ou morte.
Religião
Os vikings possuíam uma mitologia rica e cultuavam vários deuses, que eram adorados em eventos coletivos. Os deuses mais cultuados eram Odin, Thor e Frey.  
Várias histórias envolvem a luta entre os deuses nórdicos ou o conflito entre as divindades e os gigantes. Odin era o “Deus dos deuses”. Thor, o deus mais venerado, tinha poder sobre os céus e protegia povo viking. O martelo de Thor  era como um berloque, ou seja, um pequeno enfeite pendurado em corrente,  que usavam para atrair a boa sorte.
Odin
É o chefe entre o grupo de deuses, o deus dos guerreiros massacrados em batalhas e, também, o deus da sabedoria. O que tudo sabe e tudo vê, Odin sacrificou o seu olho no poço de Mimir para que pudesse ver o futuro. Do seu trono, Odin vê tudo o que passa na terra, e todas as noites se retira a Valhalla, o Salão dos Caídos, onde as grandes guerreiras, as suas Valkírias, levam até ele as almas dos corajosos guerreiros mortos em batalha. Ragnar Lothbrok afirma ser o descendente direto do deus nórdico Odin.
Thor
Thor é um dos deuses mais poderosos e protetor do homem comum. Ele governa o céu e controla o trovão e o relâmpago, os ventos e as tempestades. Quando ele coloca o seu cinto Megingjörð, a sua força é duplicada e o mundo se agita enquanto ele caminha.
Freyr
Freyr controla a chuva e o sol, a fertilidade e a colheita. Ele é o deus que leva paz e prosperidade ao reino dos homens.
Loki
Loki é o deus trapaceiro, um metamorfoseador que ajuda e atrapalha.
Valkíria
Valkíria é a velha nórdica para "Escolhedora dos Massacrados" e as Valkírias são seres femininos da mitologia que recolhiam os guerreiros massacrados para Odin. Os que eram valentes o suficiente e morreram em batalha foram selecionados pelas Valkírias e levados a Valhalla, onde banqueteavam e se preparavam para a batalha no fim do mundo.
Valhalla
Valhalla é o Salão dos Massacrados em Asgard, onde aqueles que corajosamente perderam sua vida em batalha são levados pelas Valkírias. Em Valhalla, os caídos nas batalhas, junto com os heróis das eras mais remotas e os maiores reis esperam a chegada do fim do mundo, Ragnarök, onde eles lutarão com Odin. Valhalla tem 540 portas que permite que 800 homens saiam de uma só vez e está coberta por escudos de ouro.
Ragnarök
Ragnarök é a batalha no fim do mundo, na qual os deuses lutam contra as forças do caos. Durante a batalha, os heróis que Odin reuniu em Valhalla lutarão com ele.
Dissolução da cultura viking
Com o processo de cristianização da Europa, ao longo da Idade Média, os vikings foram convertidos a essa nova religião. A dissolução da cultura viking acontece entre os séculos XI e XII. Os vários conflitos contra os ingleses e os nobres da Normandia provocaram a desintegração da civilização viking, que ainda se encontra presente em algumas manifestações da cultura europeia.
 Fontes: sites História do Mundo e National Geographic Channel - Brasil